sexta-feira, 20 de junho de 2008

Greve dos professores completa uma semana em São Paulo

A greve dos professores da rede estadual de ensino em São Paulo completou uma semana nesta sexta-feira (20). Os rumos do movimento sobre o qual discordam governo e sindicato foram discutidos com passeata e protesto no Centro de São Paulo. Segundo os organizadores, cerca de 60 mil pessoas participaram do protesto. A Polícia Militar afirmou que foram 5 mil.
Durante o trajeto entre a Avenida Paulista e a Praça da República, não faltaram críticas contra o governador de São Paulo, José Serra, e a secretária de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro. Nos discursos inflamados, palavras de insulto e pedidos para a saída de Maria Helena.

Apesar das críticas, o presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP (Apeoesp), Carlos Ramiro, disse estar aberto a negociações. A paralisação, por tempo indeterminado, é por reajuste salarial e a revogação de um decreto do governo. A categoria promete nova manifestação com "cem mil pessoas" no dia 27. A manifestação desta sexta-feira (20) provocou um nó no trânsito de São Paulo em um dia que costuma ser complicado para os motoristas. Milhares de pessoas se juntaram no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e saíram em caminhada às 15h40. Tomaram as duas pistas da Avenida Paulista, uma da Rua da Consolação e só terminaram o movimento na Praça da República, no Centro.
Fura-greve
Quando o carro de som e a multidão passavam pela Rua da Consolação, pararam em frente a uma escola estadual. Ao microfone, uma professora se mostrava feliz pelo local não estar funcionando devido à greve. No entanto, crianças apareceram na janela, dando tchau para os manifestantes. Foi o bastante para que os professores da escola fossem acusados de prejudicar a greve e virassem alvo de vaias. O sindicato afirma que 70% dos professores aderiram à paralisação. A Secretaria Estadual de Educação diz que é "baixa a adesão".
Negociações e propostas
De acordo com Ramiro, o reajuste proposto pelos patrões na quinta-feira (19) foi de 5% e “não é suficiente”. Nos cálculos dele, para se chegar ao piso de R$ 2 mil, seria preciso um reajuste de 45%. “Eles reajustaram o salário em 5% e só incorporaram uma gratificação. Queremos a incorporação das outras duas”, disse Ramiro. Na quinta-feira (19), o governo de São Paulo anunciou reajuste de até 12,2% no salário-base dos profissionais da rede estadual de ensino. O piso mínimo do professor que dá aula da 1ª a 4ª série, em jornada de 40 horas semanais, passa de R$ 1.166,83 para R$ 1.309,17 (12,2%). Para professores da 5ª a 8ª série e do ensino médio que trabalhem 40 horas por semana, o salário vai de R$ 1.350,75 para R$ 1.501,50 (11%). A remuneração dos professores estaduais inclui o salário-base e gratificações. Com o aumento, o governo calcula gastar mais R$ 670 milhões por ano. Quanto ao decreto do dia 28 de maio, que altera remoções, substituições e contratações temporárias da categoria, o pedido é para que seja revogado. Em nota, a Secretaria de Educação informa que “lamenta” as resistências à mudança e diz que o objetivo foi “regular as transferências de professores. O excesso de transferência -somente neste ano, quase a metade dos professores efetivos mudou de escola - prejudica a continuidade do trabalho pedagógico”, sustenta a secretaria.
Fonte: G1

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